Vulcano é um dos deuses romanos que sempre esteve (e ainda está) bastante activo! Vulcano forjava raios e trovões para Júpiter (deus dos deuses) e armas militares para Marte (deus da guerra). Embora as suas acções não fossem directamente nefastas para os meros mortais, o seu martelar constante tinha consequências desastrosas: acreditava-se que os fragmentos de lava e as nuvens de pó emergentes dos vulcões eram provenientes das várias forjas de Vulcano. A cidade de Pompeia (mais correctamente Pompeios) bem sofreu os efeitos da actividade de uma das grandes forjas de Vulcano, o Vesúvio. A erupção deste vulcão, no ano de 79 d.C., sepultou a cidade, em menos de 3 horas, sob uma camada de 4 m a 6 m de cinzas ardentes. Poucos foram os que sobreviveram...
Formação
Mas comecemos pelo princípio: como se formam os vulcões? Estas
forjas são o resultado do
deslizamento das placas tectónicas (manto de rocha
entre o núcleo e a crosta terrestre) sobre o magma (rocha, fluída, a alta temperatura). Este
deslizamento pode ocasionar uma colisão entre placas (convergência) ou uma
separação das mesmas (divergência). No processo de convergência, o
bordo de uma das placas afunda-se sob a outra, criando uma subducção, i. é,
um canal entre as margens de ambas as placas. À medida que a placa
descendente é forçada a afundar-se cada vez mais, o bordo desta funde, formando
magma suplementar que emerge à superfície, muitas vezes em
erupções explosivas. O resultado é a forma típica e clássica de
um vulcão em cone, denominado estratovulcão. Quando divergentes, as placas
afastam-se, deixando o magma emergir. Muitos destes vulcões encontram-se no fundo dos
oceanos.
Outro tipo de formação ocorre quando se intersectam pontos mais quentes do magma com áreas menos espessas das placas (hotspot). Neste caso, o magma consegue fundir a placa tectónica, podendo a lava fluir lentamente, no exterior. (Quano o magma emana à superfíce, passa a denominar-se lava). As ilhas do Hawaii são consideradas como o modelo exemplar deste tipo de formação.
Catalogação
Os vulcões são classificados com base em comportamentos comuns de
erupções. Foi então criada uma escala de explosividade vulcânica (VEI -
Vulcanic Explosivity Index), para medir a magnitude de uma erupção,
análoga à de Richter para os terramotos. Os tipos mais frequentes
são o Pliniano, Hawaiano, Estromboliano e Vulcaniano.
O Pliniano refere-se a erupções explosivas de grande altitude, gerando vastas áreas cobertas de cinzas (segundo Pliny, o Jovem, que descreveu o desastre em Pompeios). Tanto o Estromboliano como o Vulcaniano caracterizam erupções de vulcões italianos. O primeiro refere-se a Stromboli, que tem a particularidade de estar activo há 2000 anos; o segundo a Vulcano, nas ilhas Eoli, cuja erupção foi presenciada em 1888-90.
As Erupções
A imagem que normalmente temos de vulcões é a de grandes montanhas de
forma cónica, que ocasionalmente explodem violentamente, gerando grandes rios de lava
incandescente e algumas nuvens de poeira. Como já deves ter reparado, esta ideia
está muito incompleta! Existem, de facto, desde as mais calmas e serenas
erupções às mais violentas e destruidoras,
dependendo dos materiais envolvidos.
As correntes de lava são uma das ameaças mais conhecidas; mas como
escorrem muito lentamente devido à sua alta viscosidade, cobrindo "pequenas"
áreas (poucas centenas de km2), as pessoas conseguem-lhes fugir e os estragos
são menores.
As erupções mais explosivas resultam do escape violento de gases provenientes
do próprio magma. Ao explodir, fragmenta-se em milhões de pedaços,
gerando uma ampla coluna de cinzas e fragmentos ardentes. Aos que arrefecem e caem na
superfície dá-se o nome tephra. A tephra representa um perigo muito maior do que a
simples lava. Para teres uma comparação, imagina os efeitos desta entidade,
já que pode variar entre 0,01 mm e o tamanho de uma casa, cobrindo dezenas de milhar de km2!!!
Outro perigo extremo são as
correntes de piroclastos. Os piroclastos
são misturas de gases quentes e tephra, que descem as encostas do vulcão em cascata,
a alta velocidade (atingindo velocidades até 720 km/h), incinerando e destruindo tudo
à sua passagem!! Foi devido aos piroclastos que Pompeios ficou coberta tão
rapidamente!
Estas avalanches acabam também por transportar o entulho que vão
encontrando. Um exemplo é a corrente de lama vulcânica (lahar).
No entanto, existem
outros potenciais perigos secundários: desiquilíbrio do
clima por longos períodos, inundações, emissão de gases
tóxicos...
Encarando todos estes perigos, dirás: "Espero bem que não haja vulcões
aqui!!" Não te preocupes... Os vulcões situam-se em bandas definidas pelas orlas das
placas tectónicas maiores! Exemplo são as cadeias de ilhas e os bordos do Oceano
Pacífico. Ah, mas não te esqueças das vantagens de ter um vulcão nas redondezas: ele
origina solo fértil, trás minerais valiosos, recursos geotérmicos e
hidrológicos, e, claro, uma paisagem do outro mundo!
Será que vale a pena procurar um local destes?